domingo, 9 de setembro de 2018

Quero um amor maior que eu

     O Rogério Flausino cantou esse trecho da música se referindo a uma pessoa, eu acredito. Por outro lado, decidi interpretar e acreditar que eu também quero um amor maior que eu, mas quero amar uma coisa, não alguém. Amar tanto a ponto de acordar muito motivada todos os dias focada nisso, querendo vê-la e fazê-la. O alguém uma hora viria também, mas só suplementaria uma completude já instalada. 
     Nessa inquietude de querer encontrar algo que faça nossos olhos brilharem, a ponto de hipnotizar, deve ser normal se sentir muito ansioso e às vezes não tão pertencente a esse mundo, ainda mais quando só chove e parece nem existir vestígios de que o sol já está quase chegando.
     "Nossa, mas você parece tão decidida a respeito do que quer. Sempre pensei que você quisesse X". Saibam que esse tipo de afirmativa com tom de surpresa é quase uma afronta, porque faz cócegas na aflição dos outros. Não recomendo presumir que você sabe o que uma pessoa está sentindo ou querendo pro resto da vida dela. Antes disso, converte essa vontade pra si mesmo e pergunta qual é o seu maior objetivo de vida. Se você ficar minimamente pensativo, não use a frase do início desse parágrafo. Não provoque reflexões desgastantes nos outros. 
     Apesar disso, admiro quem já nasce com todas as metas de vida traçadas, até porque deve exigir muita harmonia de espírito.
     O porquê de querer amar tanto alguma coisa deve fazer parte dessa necessidade que temos de encontrar motivação e explicação pra tudo o que fazemos e nos acontece. E mesmo alguém tendo me dito que buscar explicação pra tudo me faria infeliz, eu continuo batendo nessa tecla, aceitei que ser assim faz parte do ceticismo incorporado em mim depois de certas experiências.
     Pode ter a ver também com o fato de que queremos uma base sólida pra nos apoiar e poder dizer que conquistamos X, porque alguém que não tem é considerado perdido, indevidamente, afinal, os "levados pela maré" também têm direito de ser feliz com esse estilo de vida, né? [rindo de nervoso]
     Já ouviram o belo discurso "eu amo tanto isso, vivo por isso e toda vez que faço tal coisa relacionada a esse meu amor parece que a minha alma transborda. Nunca pensei que fosse me fazer tão feliz"? A gente fica até se perguntando se essa plenitude é mesmo tão real e palpável, porque não experimentamos ainda e a curiosidade nos torna ainda mais céticos.
    "Isso pode ser ansiedade, tem tratamento". Por mais que alguém me tratasse da ansiedade, eu iria continuar procurando o que será que vai despertar em mim um amor que seja maior que eu. E se eu começar a me amar tanto a ponto de achar que nada seria maior que eu, pode ser outro problema ou a solução?
     Sigamos atrás de respostas e amor. Porque os céticos também têm fé.


Escrito por alguém que tá aprendendo a se amar muito e buscando cada vez mais explicações.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Na minha época

     Quando criei essa página, em 2009, as redes sociais mais usadas eram o MSN, Orkut, Skype e Tumblr (esta pelo pessoal mais cult e emo-gótico kkkk). Como eu nunca me encaixei totalmente em um só grupo de pessoas, tinha perfil em todas e fazia questão de conhecer um pouco de cada. Facebook e Instagram nem existiam, eu acho. Naquele tempo, como também não existia WhatsApp, era normal mandar SMS para os outros. Namorar por mensagem de texto era hilário. Como não existia a confirmação de leitura (duas setinhas ficando azul), a apreensão de esperar uma resposta do crush era triplicada. A emoção era maior. Bons tempos. 
     Quanto ao blog, era absurdamente mais popular que hoje. Acredito que muito tem a ver com a liquidez que a sociedade tem vivido e apropriou como característica. Quase todo mundo vai preferir um aplicativo que forneça fácil acesso pelo celular, que dê informações mastigadas, rápidas e compactas sobre o que tá acontecendo no mundo. Afinal, quem hoje tem disposição ou tempo pra escrever um texto em blog enquanto anda na rua ou espera na fila do médico? E por que a nossa opinião sobre as coisas seria tão relevante? Eu responderia essas perguntas de forma diferente da maioria e o fato de ter recuperado o blog já diz muito sobre isso.
     Eu sinto que cansei. Da superficialidade, da exposição com única finalidade fútil, das poucas palavras usadas quando poderíamos passar o dia inteiro falando sobre um assunto que merece ser aprofundado. 
     Ainda uso as redes sociais que danificaram a nossa concentração e a capacidade de nos mergulhar em coisas que realmente importam? Sim, claro, até porque largar tudo de repente seria uma mudança drástica demais para não provocar recaídas; e ainda sinto que se eu não estiver inserida naquele meio, vou estar perdendo alguma coisa ou deixando de saber algo que todo mundo sabe. Talvez esse raciocínio seja imaturo ou exatamente o que querem que sintamos, mas não vou fazer disso um problema maior do que já é.
    Voltar com o blog significa também voltar às minhas raízes, conversar comigo mesma, me conhecer de novo no meio das palavras que eu escrevo e ir muito além de um storie que vai sumir em 24 horas e todo mundo vai esquecer em minutos.
     Além disso, sempre que possível, faço questão de ressaltar que a nossa essência não cabe em fotos, status, stories, snaps, tweets e reposts dos outros. Muitos de nós apenas usam esses recursos pra se esconder. De antemão, eu sou #TeamSeMostra.
     

Escrito por alguém cansada de poucas palavras e que anseia por mais olho no olho, empatia e expressão de sentimentos.
     

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Por onde andei

     Criei esse blog quando eu tinha só 13 anos, em 2009; mas tudo começou com uma obsessão que eu sempre tive, desde os 5, por ler e escrever. Seguindo essa fissura, aos 12, portanto, eu escrevi um livro que não quis deixar a minha mãe publicar, porque era extremamente tímida e, nesse mesmo ano, uma professora que sempre seguia meus passos na escola me aconselhou a criar um blog, explicando que muitas pessoas introvertidas se sentiam mais seguras e confortáveis escrevendo seus devaneios, histórias e estórias, escondidas  no aparente refúgio encontrado atrás de um computador. Foi o melhor conselho que alguém poderia ter me dado naquele momento.
     De fato, usei muito o blog para desabafar, refletir e falar sobre os assuntos que eu mais gostava - música e moda (kkkk) -, mas depois de alguns anos o abandonei e não lembro o motivo. Deve ter sido porque passava muitas horas por dia jogando The Sims. Recentemente, então, senti vontade de recuperá-lo para usar da mesma forma de antes, afinal, a obsessão por ler e escrever não diminuiu muito e por alguns momentos penso que, mesmo que bem ilusoriamente, escrever atrás da tela do meu notebook me dá mais segurança que trocar ideias com algumas pessoas ("o homem é o lobo do próprio homem", não é?). 
     O gosto por letras, livros e escrita, me levou a cursar Direito e acabei vindo parar numa cidade do interior do Pará, mas isso é assunto para outras postagens. O mais importante é que o site foi repaginado, de forma que combine mais com o que eu me tornei 9 anos depois do primeiro post aqui, e teve suas antigas postagens devidamente transformadas em rascunho, para que eu possa ler e revivê-las em outros momentos sozinha (o que é um ótimo exercício de autoconhecimento).


Escrito por alguém que, apesar de 9 anos mais velha, continua gostando de usar parênteses expressivos e tentando esconder a ingenuidade e timidez da época ainda não curadas totalmente.

domingo, 9 de setembro de 2018

Quero um amor maior que eu

     O Rogério Flausino cantou esse trecho da música se referindo a uma pessoa, eu acredito. Por outro lado, decidi interpretar e acreditar que eu também quero um amor maior que eu, mas quero amar uma coisa, não alguém. Amar tanto a ponto de acordar muito motivada todos os dias focada nisso, querendo vê-la e fazê-la. O alguém uma hora viria também, mas só suplementaria uma completude já instalada. 
     Nessa inquietude de querer encontrar algo que faça nossos olhos brilharem, a ponto de hipnotizar, deve ser normal se sentir muito ansioso e às vezes não tão pertencente a esse mundo, ainda mais quando só chove e parece nem existir vestígios de que o sol já está quase chegando.
     "Nossa, mas você parece tão decidida a respeito do que quer. Sempre pensei que você quisesse X". Saibam que esse tipo de afirmativa com tom de surpresa é quase uma afronta, porque faz cócegas na aflição dos outros. Não recomendo presumir que você sabe o que uma pessoa está sentindo ou querendo pro resto da vida dela. Antes disso, converte essa vontade pra si mesmo e pergunta qual é o seu maior objetivo de vida. Se você ficar minimamente pensativo, não use a frase do início desse parágrafo. Não provoque reflexões desgastantes nos outros. 
     Apesar disso, admiro quem já nasce com todas as metas de vida traçadas, até porque deve exigir muita harmonia de espírito.
     O porquê de querer amar tanto alguma coisa deve fazer parte dessa necessidade que temos de encontrar motivação e explicação pra tudo o que fazemos e nos acontece. E mesmo alguém tendo me dito que buscar explicação pra tudo me faria infeliz, eu continuo batendo nessa tecla, aceitei que ser assim faz parte do ceticismo incorporado em mim depois de certas experiências.
     Pode ter a ver também com o fato de que queremos uma base sólida pra nos apoiar e poder dizer que conquistamos X, porque alguém que não tem é considerado perdido, indevidamente, afinal, os "levados pela maré" também têm direito de ser feliz com esse estilo de vida, né? [rindo de nervoso]
     Já ouviram o belo discurso "eu amo tanto isso, vivo por isso e toda vez que faço tal coisa relacionada a esse meu amor parece que a minha alma transborda. Nunca pensei que fosse me fazer tão feliz"? A gente fica até se perguntando se essa plenitude é mesmo tão real e palpável, porque não experimentamos ainda e a curiosidade nos torna ainda mais céticos.
    "Isso pode ser ansiedade, tem tratamento". Por mais que alguém me tratasse da ansiedade, eu iria continuar procurando o que será que vai despertar em mim um amor que seja maior que eu. E se eu começar a me amar tanto a ponto de achar que nada seria maior que eu, pode ser outro problema ou a solução?
     Sigamos atrás de respostas e amor. Porque os céticos também têm fé.


Escrito por alguém que tá aprendendo a se amar muito e buscando cada vez mais explicações.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Na minha época

     Quando criei essa página, em 2009, as redes sociais mais usadas eram o MSN, Orkut, Skype e Tumblr (esta pelo pessoal mais cult e emo-gótico kkkk). Como eu nunca me encaixei totalmente em um só grupo de pessoas, tinha perfil em todas e fazia questão de conhecer um pouco de cada. Facebook e Instagram nem existiam, eu acho. Naquele tempo, como também não existia WhatsApp, era normal mandar SMS para os outros. Namorar por mensagem de texto era hilário. Como não existia a confirmação de leitura (duas setinhas ficando azul), a apreensão de esperar uma resposta do crush era triplicada. A emoção era maior. Bons tempos. 
     Quanto ao blog, era absurdamente mais popular que hoje. Acredito que muito tem a ver com a liquidez que a sociedade tem vivido e apropriou como característica. Quase todo mundo vai preferir um aplicativo que forneça fácil acesso pelo celular, que dê informações mastigadas, rápidas e compactas sobre o que tá acontecendo no mundo. Afinal, quem hoje tem disposição ou tempo pra escrever um texto em blog enquanto anda na rua ou espera na fila do médico? E por que a nossa opinião sobre as coisas seria tão relevante? Eu responderia essas perguntas de forma diferente da maioria e o fato de ter recuperado o blog já diz muito sobre isso.
     Eu sinto que cansei. Da superficialidade, da exposição com única finalidade fútil, das poucas palavras usadas quando poderíamos passar o dia inteiro falando sobre um assunto que merece ser aprofundado. 
     Ainda uso as redes sociais que danificaram a nossa concentração e a capacidade de nos mergulhar em coisas que realmente importam? Sim, claro, até porque largar tudo de repente seria uma mudança drástica demais para não provocar recaídas; e ainda sinto que se eu não estiver inserida naquele meio, vou estar perdendo alguma coisa ou deixando de saber algo que todo mundo sabe. Talvez esse raciocínio seja imaturo ou exatamente o que querem que sintamos, mas não vou fazer disso um problema maior do que já é.
    Voltar com o blog significa também voltar às minhas raízes, conversar comigo mesma, me conhecer de novo no meio das palavras que eu escrevo e ir muito além de um storie que vai sumir em 24 horas e todo mundo vai esquecer em minutos.
     Além disso, sempre que possível, faço questão de ressaltar que a nossa essência não cabe em fotos, status, stories, snaps, tweets e reposts dos outros. Muitos de nós apenas usam esses recursos pra se esconder. De antemão, eu sou #TeamSeMostra.
     

Escrito por alguém cansada de poucas palavras e que anseia por mais olho no olho, empatia e expressão de sentimentos.
     

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Por onde andei

     Criei esse blog quando eu tinha só 13 anos, em 2009; mas tudo começou com uma obsessão que eu sempre tive, desde os 5, por ler e escrever. Seguindo essa fissura, aos 12, portanto, eu escrevi um livro que não quis deixar a minha mãe publicar, porque era extremamente tímida e, nesse mesmo ano, uma professora que sempre seguia meus passos na escola me aconselhou a criar um blog, explicando que muitas pessoas introvertidas se sentiam mais seguras e confortáveis escrevendo seus devaneios, histórias e estórias, escondidas  no aparente refúgio encontrado atrás de um computador. Foi o melhor conselho que alguém poderia ter me dado naquele momento.
     De fato, usei muito o blog para desabafar, refletir e falar sobre os assuntos que eu mais gostava - música e moda (kkkk) -, mas depois de alguns anos o abandonei e não lembro o motivo. Deve ter sido porque passava muitas horas por dia jogando The Sims. Recentemente, então, senti vontade de recuperá-lo para usar da mesma forma de antes, afinal, a obsessão por ler e escrever não diminuiu muito e por alguns momentos penso que, mesmo que bem ilusoriamente, escrever atrás da tela do meu notebook me dá mais segurança que trocar ideias com algumas pessoas ("o homem é o lobo do próprio homem", não é?). 
     O gosto por letras, livros e escrita, me levou a cursar Direito e acabei vindo parar numa cidade do interior do Pará, mas isso é assunto para outras postagens. O mais importante é que o site foi repaginado, de forma que combine mais com o que eu me tornei 9 anos depois do primeiro post aqui, e teve suas antigas postagens devidamente transformadas em rascunho, para que eu possa ler e revivê-las em outros momentos sozinha (o que é um ótimo exercício de autoconhecimento).


Escrito por alguém que, apesar de 9 anos mais velha, continua gostando de usar parênteses expressivos e tentando esconder a ingenuidade e timidez da época ainda não curadas totalmente.

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