sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Na minha época

     Quando criei essa página, em 2009, as redes sociais mais usadas eram o MSN, Orkut, Skype e Tumblr (esta pelo pessoal mais cult e emo-gótico kkkk). Como eu nunca me encaixei totalmente em um só grupo de pessoas, tinha perfil em todas e fazia questão de conhecer um pouco de cada. Facebook e Instagram nem existiam, eu acho. Naquele tempo, como também não existia WhatsApp, era normal mandar SMS para os outros. Namorar por mensagem de texto era hilário. Como não existia a confirmação de leitura (duas setinhas ficando azul), a apreensão de esperar uma resposta do crush era triplicada. A emoção era maior. Bons tempos. 
     Quanto ao blog, era absurdamente mais popular que hoje. Acredito que muito tem a ver com a liquidez que a sociedade tem vivido e apropriou como característica. Quase todo mundo vai preferir um aplicativo que forneça fácil acesso pelo celular, que dê informações mastigadas, rápidas e compactas sobre o que tá acontecendo no mundo. Afinal, quem hoje tem disposição ou tempo pra escrever um texto em blog enquanto anda na rua ou espera na fila do médico? E por que a nossa opinião sobre as coisas seria tão relevante? Eu responderia essas perguntas de forma diferente da maioria e o fato de ter recuperado o blog já diz muito sobre isso.
     Eu sinto que cansei. Da superficialidade, da exposição com única finalidade fútil, das poucas palavras usadas quando poderíamos passar o dia inteiro falando sobre um assunto que merece ser aprofundado. 
     Ainda uso as redes sociais que danificaram a nossa concentração e a capacidade de nos mergulhar em coisas que realmente importam? Sim, claro, até porque largar tudo de repente seria uma mudança drástica demais para não provocar recaídas; e ainda sinto que se eu não estiver inserida naquele meio, vou estar perdendo alguma coisa ou deixando de saber algo que todo mundo sabe. Talvez esse raciocínio seja imaturo ou exatamente o que querem que sintamos, mas não vou fazer disso um problema maior do que já é.
    Voltar com o blog significa também voltar às minhas raízes, conversar comigo mesma, me conhecer de novo no meio das palavras que eu escrevo e ir muito além de um storie que vai sumir em 24 horas e todo mundo vai esquecer em minutos.
     Além disso, sempre que possível, faço questão de ressaltar que a nossa essência não cabe em fotos, status, stories, snaps, tweets e reposts dos outros. Muitos de nós apenas usam esses recursos pra se esconder. De antemão, eu sou #TeamSeMostra.
     

Escrito por alguém cansada de poucas palavras e que anseia por mais olho no olho, empatia e expressão de sentimentos.
     

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Na minha época

     Quando criei essa página, em 2009, as redes sociais mais usadas eram o MSN, Orkut, Skype e Tumblr (esta pelo pessoal mais cult e emo-gótico kkkk). Como eu nunca me encaixei totalmente em um só grupo de pessoas, tinha perfil em todas e fazia questão de conhecer um pouco de cada. Facebook e Instagram nem existiam, eu acho. Naquele tempo, como também não existia WhatsApp, era normal mandar SMS para os outros. Namorar por mensagem de texto era hilário. Como não existia a confirmação de leitura (duas setinhas ficando azul), a apreensão de esperar uma resposta do crush era triplicada. A emoção era maior. Bons tempos. 
     Quanto ao blog, era absurdamente mais popular que hoje. Acredito que muito tem a ver com a liquidez que a sociedade tem vivido e apropriou como característica. Quase todo mundo vai preferir um aplicativo que forneça fácil acesso pelo celular, que dê informações mastigadas, rápidas e compactas sobre o que tá acontecendo no mundo. Afinal, quem hoje tem disposição ou tempo pra escrever um texto em blog enquanto anda na rua ou espera na fila do médico? E por que a nossa opinião sobre as coisas seria tão relevante? Eu responderia essas perguntas de forma diferente da maioria e o fato de ter recuperado o blog já diz muito sobre isso.
     Eu sinto que cansei. Da superficialidade, da exposição com única finalidade fútil, das poucas palavras usadas quando poderíamos passar o dia inteiro falando sobre um assunto que merece ser aprofundado. 
     Ainda uso as redes sociais que danificaram a nossa concentração e a capacidade de nos mergulhar em coisas que realmente importam? Sim, claro, até porque largar tudo de repente seria uma mudança drástica demais para não provocar recaídas; e ainda sinto que se eu não estiver inserida naquele meio, vou estar perdendo alguma coisa ou deixando de saber algo que todo mundo sabe. Talvez esse raciocínio seja imaturo ou exatamente o que querem que sintamos, mas não vou fazer disso um problema maior do que já é.
    Voltar com o blog significa também voltar às minhas raízes, conversar comigo mesma, me conhecer de novo no meio das palavras que eu escrevo e ir muito além de um storie que vai sumir em 24 horas e todo mundo vai esquecer em minutos.
     Além disso, sempre que possível, faço questão de ressaltar que a nossa essência não cabe em fotos, status, stories, snaps, tweets e reposts dos outros. Muitos de nós apenas usam esses recursos pra se esconder. De antemão, eu sou #TeamSeMostra.
     

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