terça-feira, 27 de novembro de 2018

Quantos sapos conseguimos engolir por dia?

     Se tiverem alguma informação nutricional sobre isso, me avisem. Engulo muitos diariamente e não queria ter "deglutição de sapos" como causa mortis. Com isso, recordo das frases que minha avó diria se lesse isso: "o que não mata, engorda". 
     Deve ser por isso também que engordei esse ano.
     A concentração de energias tem que estar suficientemente voltada para o que é positivo ou em objetivos consistentes e grandes para evitar uma reação drástica diante do resto ao redor. Essa é a minha dica e o que venho praticando há 10 (dez) anos mais ou menos. Tem funcionado, considerando que não atentei criminalmente contra a vida de ninguém ainda.
     É válido destacar que nunca convivi com pessoas muito maduras ou que tivessem a saúde mental intacta, logo, situações conflitantes foram meu berço e fizeram morada em mim intrinsecamente. O fato de dificilmente me sentir em total pertencimento em relação aos ambientes onde morei, talvez seja sinal de sanidade (e eu espero mesmo que sim). Isso fez com que a minha vontade de manter a "cabeça no lugar" só aumentasse a cada ano completado e a cada reorganização de ideias e experiências. Também para evitar repetir ações fracassadas já vivenciadas indiretamente com pessoas que eu gosto ou tenho vínculo sanguíneo.
     O foco desse desabafo é lembrar a mim mesma de continuar nesse caminho e sempre internalizar que os problemas dos outros não são nossos. Não precisamos naturalmente abarcar todos os revés que pessoas que amamos carregam consigo. Podemos ser empáticos sem nos perder ou nos afogar em cargas que não nos pertencem.
     Recentemente, inclusive, pedi a uma pessoa que eu amo que não me contasse mais nada sobre determinado problema. Fiz esse pedido porque me machucava muito ouvir relatos desastrosos e não poder fazer nada (ainda) para resolver ou amenizar. Há, decerto, egoísmo em agir dessa forma, mas é isso ou se permitir estar mais propensa a sofrimentos e mutilações mentais desnecessárias (inclusive até Buda deixou registrado que "seu pior inimigo não consegue te ferir tanto quando os teus próprios pensamentos"). O amor próprio, por vezes, é egoísta, mas é ele que nos move e evita involuções. 
     Vale lembrar que, por mais que a pessoa que eu impedi de continuar me relatando complicações não compreenda, permaneço fazendo esforços diários para um dia poder ajudar ela e outros. A partir disso, é evidente que, apesar de muitos não entenderem as motivações de alguns atos nossos, concentrar esforços para explicar aos outros a lógica do que fazemos, significa menos concentração de energia no processo de engolir os sapos que invadem a nossa bolha de maneira inconveniente. Não podemos acudir ou acolher se estamos enfadados ou de "boca cheia", porque dessa forma temos um convite à autodestruição. Deixo, então, a lembrança de que ajudamos também dando exemplos com a forma que agimos em meio às tribulações. 


Escrito por alguém que está aprendendo a temperar os sapos que precisa engolir e a mandar alguns de volta para o lugar de onde nunca deveriam ter saído.

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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Quantos sapos conseguimos engolir por dia?

     Se tiverem alguma informação nutricional sobre isso, me avisem. Engulo muitos diariamente e não queria ter "deglutição de sapos" como causa mortis. Com isso, recordo das frases que minha avó diria se lesse isso: "o que não mata, engorda". 
     Deve ser por isso também que engordei esse ano.
     A concentração de energias tem que estar suficientemente voltada para o que é positivo ou em objetivos consistentes e grandes para evitar uma reação drástica diante do resto ao redor. Essa é a minha dica e o que venho praticando há 10 (dez) anos mais ou menos. Tem funcionado, considerando que não atentei criminalmente contra a vida de ninguém ainda.
     É válido destacar que nunca convivi com pessoas muito maduras ou que tivessem a saúde mental intacta, logo, situações conflitantes foram meu berço e fizeram morada em mim intrinsecamente. O fato de dificilmente me sentir em total pertencimento em relação aos ambientes onde morei, talvez seja sinal de sanidade (e eu espero mesmo que sim). Isso fez com que a minha vontade de manter a "cabeça no lugar" só aumentasse a cada ano completado e a cada reorganização de ideias e experiências. Também para evitar repetir ações fracassadas já vivenciadas indiretamente com pessoas que eu gosto ou tenho vínculo sanguíneo.
     O foco desse desabafo é lembrar a mim mesma de continuar nesse caminho e sempre internalizar que os problemas dos outros não são nossos. Não precisamos naturalmente abarcar todos os revés que pessoas que amamos carregam consigo. Podemos ser empáticos sem nos perder ou nos afogar em cargas que não nos pertencem.
     Recentemente, inclusive, pedi a uma pessoa que eu amo que não me contasse mais nada sobre determinado problema. Fiz esse pedido porque me machucava muito ouvir relatos desastrosos e não poder fazer nada (ainda) para resolver ou amenizar. Há, decerto, egoísmo em agir dessa forma, mas é isso ou se permitir estar mais propensa a sofrimentos e mutilações mentais desnecessárias (inclusive até Buda deixou registrado que "seu pior inimigo não consegue te ferir tanto quando os teus próprios pensamentos"). O amor próprio, por vezes, é egoísta, mas é ele que nos move e evita involuções. 
     Vale lembrar que, por mais que a pessoa que eu impedi de continuar me relatando complicações não compreenda, permaneço fazendo esforços diários para um dia poder ajudar ela e outros. A partir disso, é evidente que, apesar de muitos não entenderem as motivações de alguns atos nossos, concentrar esforços para explicar aos outros a lógica do que fazemos, significa menos concentração de energia no processo de engolir os sapos que invadem a nossa bolha de maneira inconveniente. Não podemos acudir ou acolher se estamos enfadados ou de "boca cheia", porque dessa forma temos um convite à autodestruição. Deixo, então, a lembrança de que ajudamos também dando exemplos com a forma que agimos em meio às tribulações. 


Escrito por alguém que está aprendendo a temperar os sapos que precisa engolir e a mandar alguns de volta para o lugar de onde nunca deveriam ter saído.

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